Em Ribas do Rio Pardo, Lula reage a pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”
O presidente Luís Inácio Lula da Silva aproveitou a cerimônia de inauguração da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo para reagir ao resultado da pesquisa Genial/Quaest “O que pensa o mercado financeiro”, divulgada ontem (4/12).
O levantamento mostra que, com a enorme frustração do pacote de corte de gastos anunciado na semana passada, as chances do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguir se reeleger estão diminuindo.
“Ontem, saiu uma pesquisa que [diz que] 90% do mercado, daqueles que acompanham a Faria Lima, são contra o meu governo. Eu já ganhei 10%, porque, nas eleições, eles eram 100% contra. Então, eu já cresci, já ganhei 10% dele”, discursou Lula na cerimônia de inauguração da Suzano.
Antes dele, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, saiu em defesa do pacote econômico. “Eu não posso acreditar que num país com a menor taxa de desemprego da história e com a maior taxa de crescimento salarial e tendo tirado três milhões de pessoas da extrema pobreza, eu não posso acreditar que um tal de mercado avalie em 90% seu governo como ruim. Isso não é imparcialidade, isso é jogar contra o país e quem joga contra quer afundar o país”, afirmou a política sul-mato-grossense.
Pesquisa
Conforme os dados do levantamento feito pela Quaest, a repercussão negativa do anúncio do pacote de corte de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enterrou qualquer oportunidade de o chefe da equipe econômica conseguir se eleger em 2026 no lugar de Lula.
Haddad perde feio em todos os cenários, inclusive, contra o influenciador digital Pablo Marçal. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), são os que aparecem na frente da preferência dos executivos do mercado financeiro
A pesquisa da Quaest mostra ainda que o mercado financeiro aposta na derrota de Lula na eleição presidencial de 2026. Nesse bloco da pesquisa dedicado às eleições de 2026, apenas 34% dos entrevistados acreditam que o petista será o favorito para no próximo pleito. Em março, 53% acreditavam que Lula seria o favorito nas urnas.
Em eventual segundo turno, o presidente perde nos quatro cenários elaborados. Contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, Lula perderia pelo placar de 12% a 80%. Contra Tarcísio de Freitas, a derrota seria maior, de 93% a 5%. E, num embate com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), o petista perderia por um placar de 7% a 91%.
Nem mesmo o ministro Haddad conseguira bater os mesmos rivais nos mesmos cenários, na avaliação dos entrevistados. O placar contra Bolsonaro, por exemplo, seria de 21% a 72%. E, contra Tarcísio de Freitas, o ministro teria uma derrota maior ainda: 93%x 6%.
Para 70% dos entrevistados, o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é o político mais confiável, seguido por Tarcísio de Freitas (69%) e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 47% da preferência. Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, são os menos confiáveis para 97% dos entrevistados.