Há 98 anos, Coluna Prestes invadiu Paranaíba- DIARIO DA HISTÓRIA
A Coluna Prestes foi um movimento político-militar que percorreu mais de 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil entre 1925 e 1927. A Coluna começou a marchar pelo interior do Brasil em 25 de abril de 1925. Por dois anos, seus membros atravessaram mais de 25 mil quilômetros, passando pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Minas Gerais.
Por onde chegavam, a Coluna Prestes era recebida de formas diferentes: com frieza, com medo ou com alegria, pois eram vistos por muitos como heróis. Há 98 anos passados, no dia 17 de janeiro de 1927, a Coluna passou pela então vila de Santana do Paranaíba.
Quem conta como foi é o jornalista Sergio Cruz, da Academia Sul-Matogrossense de Letras e do IHGMS em seu livro Diário da História, reproduzido com exclusividade na região Leste pelo Blog do Bolsão.
Efeméride de 17 de janeiro
1927 - Coluna Prestes invade Paranaíba
Rebeldes da Coluna Prestes, à frente Siqueira Campos, ocupam a vila de Santana do Paranaíba, em sua passagem de Goiás, voltando do Nordeste. A notícia de Paranaíba e das ações dos revoltosos na fazenda Pantano, nas proximidades de Três Lagoas é publicada na Gazeta do Comércio, semanário treslagoense:
Os rebeldes em Sant’Anna
Pessoas vindas de Santana do Paranaibanos informam que em a noite de 17 foi a cidade inopinadamente invadida por um grupo de rebeldes sob o comando de Siqueira Campos, sendo o seu primeiro ato aprisionar a pequena força policial ali destacada e que depois, foi recolhida à cadeia pública, onde permaneceu longo tempo sem receber alimentação nem água.
Em seguida, dirigindo-se à Coletoria Estadual, Siqueira Campos fez a apreensão do dinheiro existente no cofre – 14:000$000 –
e impôs à população um tributo de igual quantia, imediatamente coberto.
Várias requisições ainda foram feitas ao comércio e de posse de tudo o que precisava o grupo rebelde retirou-se de Santana sem haver disparado um tiro ou desrespeitado qualquer família.
A pretexto de precisar de curar-se de umas feridas que tem nos pés, Siqueira Campos obrigou a acompanhá-lo o farmacêutico, sr. Ptolomeu Magiano Pinto, proprietário da Farmácia Royal.
No Pantano, dez léguas distante de Três Lagoas, o grupo rebelde apareceu no dia 19 e aí deteve dois autos e um caminhão particulares idos desta cidade, sendo que um conduzia malas de correspondência para Santana.
Esta foi logo devassada pelo estado-maior revoltoso e em grande parte destruída ou jogada fora. Os automóveis foram danificados a golpes de machado. Somente o caminhão pertencente ao sr. Manoel Valentim de Oliveira, foi poupado.
Siqueira Campos prendeu o fazendeiro do Pantano, sr. José Alves e o fez seguir como vaqueano de seu grupo que, ao que parece, tomou o rumo de São Pedro.
No seu encalço foram mandadas numerosas forças legais da Coluna Mariante.
Pelo exposto, verifica-se não ter fundamento a notícia que dá Siqueira Campos às portas de Cuiabá.
Acrescentam os nossos informantes que os rebeldes são quase todos rapazes jovens e andam bem montados, armados e municiados, além do que prestam caga obediência a seu chefe. (GAZETA DO COMÉRCIO, TRÊS LAGOAS, 23/ 01/1926).
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