Riedel defende revisão das penas e anistia aos acusados do 8/1
O governador Eduardo Riedel (PSDB) publicou neste sábado em sua rede social uma reflexão, resultado de suas conversas com o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas , senadora Tereza Cristina e outros líderes do país. Ele defendeu uma revisão da dosimetria de penalizações sobre os acusados do 8 de janeiro e uma anistia, de caráter humanitário.
“Não dá para julgar e penalizar com a mesma régua o que é completamente diferente”, assinalou o governador de MS. Ele avaliou que do ponto de vista político, o Congresso Nacional tem obrigação de votar a matéria, como um passo imprescindível para a pacificação do país.
“Não dá pra errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar eventuais excessos cometidos naquele momento com excessos do atual momento”, argumentou Riedel. Em um texto curto e direto, o chefe do Executivo estadual recomenda “ nos afastarmos da guerra política e dos confrontos ideológicos para reunir forças e fazer o verdadeiro enfrentamento dos problemas nacionais gigantescos, que estão à espera de novas ideias, uma agenda mais realista e com coragem para fazer o que precisa ser feito. Temos que cuidar da agenda do Brasil real, do Brasil verdadeiro”, enfatizou o governador na mensagem.
O deputado estadual Coronel Davi parabenizou Riedel. “ Visão de estadista. Concordo com o senhor porque também sou favorável à anistia dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro porque entendo que o Brasil vive hoje um desequilíbrio institucional grave”, destacou o parlamentar.
“É óbvio que atos de vandalismo devem ser punidos, mas não se pode colocar no mesmo balaio quem depredou o patrimônio público e quem apenas esteve presente na manifestação.”, comparou o Cel. David.
Para ele, a anistia, nesse contexto, é um instrumento legítimo e necessário para corrigir exageros, restaurar a confiança nas instituições e permitir que o país siga em frente. “ Sem isso, continuaremos aprofundando a divisão social e institucional que tanto fragiliza nossa democracia”, anotou o deputado.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), 1.413 pessoas foram denunciadas pelos atos ocorridos em Brasília, sendo: 1.156 por incitação; 248 como executores; 8 agentes públicos e 1 financiador
Até agora, 30 pessoas já foram condenadas, incluindo pelo menos cinco delas de Mato Grosso do Sul. As acusações incluem crimes como golpe de estado, dano ao patrimônio, deterioração de bens públicos e formação de associação criminosa armada.